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RHCP conta detalhes sobre a volta do John Frusciante em nova entrevista

O Red Hot Chili Peppers é a capa da edição de abril da Classic Rock, e concederam uma entrevista exclusiva à revista. E o pessoal do @PortalRHCP separou as partes mais importantes da matéria, confira:

“A verdade sobre o retorno de John Frusciante ao Red Hot Chili Peppers”

Flea contou que ele e John Frusciante nunca haviam conversado muito sobre a separação do guitarrista, até que um dia, quando eles estavam sentados sozinhos em uma sala, Flea resolveu abrir o coração: “John, às vezes sinto muita falta de tocar com você”. O baixista confidenciou que havia começado a chorar quando disse isso.

De repente, enquanto contava a história ao entrevistador, Flea começou a se emocionar, como se estivesse prestes a chorar, e continuou: “e ele [John] olhou para mim e eu vi as lágrimas em seus olhos”. Frusciante disse que também sentia falta e ali as coisas começaram a tomar novos rumos.

Já Anthony Kiedis, fez uma boa comparação: “se o seu familiar perdido há muito tempo voltar e disser: ‘ei, eu quero voltar para a família’, você não tem escolha. Você não pode dizer não”. O vocalista, que parecia bem animado, contou que o nome “Unlimited Love” faz parte da letra da música “She’s A Lover”, que estará no novo álbum. Kiedis assume que tentou lutar contra isso, e diz gostar de outros títulos que ele tem, porém perdeu pela maioria dos votos. “Tudo bem. Tenho fé no grupo”, ele conclui.

É óbvio que o gigante Chad Smith também está animado com a volta de John, e rasgou elogios a ele: “eu nunca conheci ninguém como John”, “ele é uma pessoa dedicada. Ele está cem por cento envolvido no que quer que esteja fazendo. É contagiante. Faz você querer trazer o seu melhor também”, diz o baterista.

O fato é que Frusciante não sai da cabeça de seus amigos, e no mesmo período em que Flea sonhava com o retorno do guitarrista, e a banda começava a escrever músicas para um novo álbum com Josh Klinghoffer, Anthony Kiedis parecia sentir que algo não estava certo na banda. E então, na próxima vez que ele e Flea se encontraram, o vocalista estava se perguntando se era a hora de falar com Frusciante: “Flea eu tenho que te contar uma coisa, e tenho pensado nisso”, disse ao baixista. Mas, Flea também precisava contar algo para o amigo: “não, não, eu tenho que te dizer uma coisa que tem estado na minha mente, é sobre John…”

Enquanto seus amigos elogiam e destacam o esforço e empenho de John Frusciante, ele se mantém reservado e humilde. Quando perguntado sobre porque ele saiu da banda pela segunda vez, ele hesitou antes de responder, e quando respondeu, foi diplomático. Porém, à noite, ele enviou um e-mail, perguntando se poderia esclarecer alguns pontos ao entrevistador. A resposta é longa e detalhada, mas lúcida e ainda mais reveladora do que a primeira. Nesse e-mail, John falou sobre como ele ficou “bastante desequilibrado mentalmente nos últimos dois anos em que excursionamos”, e que grande parte disso foi o esforço que ele fez para mixar o álbum “Stadium Arcadium”: “quando eu saí em turnê, tínhamos acabado de masterizar no dia anterior, e eu realmente poderia ter tido uma pausa”. O guitarrista também disse que nesse período ele era uma “bagunça desequilibrada”.

Quando a turnê terminou, ele contou que precisava “simplificar minha relação com a vida e a música”. “Meu ego se tornou uma parte muito grande do que eu expressava como um guitarrista”. Por isso, ele decidiu “começar de novo”, fazendo música eletrônica.

Frusciante confessou que a banda tinha problemas interpessoais na época, mas também disse que tudo poderia ter sido resolvido facilmente, se ele não estivesse tão esgotado e desequilibrado. O resto da banda não ficou surpreso quando ele informou que queria sair. Anthony relembrou que John estava muito convicto de não querer mais estar na banda, e que quando foram avisados pelo guitarrista, eles entenderam. Kiedis disse que “alívio” era provavelmente a palavra mais descritiva para todos, incluindo John.

Mas os anos passaram, a banda lançou os álbuns “I’m With You” e “The Getaway” com Josh Klinghoffer fazendo um belo trabalho, porém, quando eles começaram a trabalhar no décimo segundo, algo parecia errado. As coisas não estavam indo bem. Foi quando Flea disse a Kiedis que havia falado com Frusciante, e que achava que o guitarrista poderia estar pronto para uma nova volta. E sim, John estava tendo os mesmos pensamentos (sobre voltar para a banda) ao mesmo tempo que Anthony e Flea estavam tendo. Mas, ele ficou um bom tempo preferindo fazer música “em máquinas onde eu pudesse fazer tudo sozinho sem ter argumentos com alguém”, ele contou. Frusciante ainda praticava guitarra, mas não compunha uma música de rock há anos, e chegou a duvidar se ainda teria capacidade de fazer. E ele conseguiu, não a toa, ele criou “Black Summer”, que é o primeiro single do novo álbum.

Não podemos esquecer dos momentos difíceis que Flea passou quando teve que demitir Josh Klinghoffer: “eu bati o meu carro na garagem, fiquei tão assustado com isso”, conta o baixista. Ele também disse que Josh é uma pessoa incrível, que ele tocou muito bem e contribuiu, mas completa dizendo: “tivemos uma linguagem com John que desenvolvemos quando éramos todos muito mais jovens”.

Mas, Josh permanece sua amizade com Anthony e Flea, e continua tocando junto de seu ex-parceiro de banda Chad Smith. Kiedis parece bem feliz pelo amigo que agora faz parte do Pearl Jam como guitarrista de turnê: “uma banda que ele amava mais do que tudo”.

Sabemos que ia demandar um tempo para John pensar sobre realmente voltar para a banda. Ele levou algumas semanas, mas aceitou, embora com algumas condições que ele não divulgará. Assim que o guitarrista aceitou retornar, eles começaram a tocar músicas antigas da banda, que antecederam a chegada dele e de Chad, além de covers de músicos como Freddie King, John Mayall, The Kinks, Beach Boys, e até os Bee Gees. Frusciante conta que foi importante não começar a escrever músicas novas de imediato. A banda realmente lutou para se reinventar novamente.

“John Frusciante é o melhor músico com quem já toquei”, “em tudo, desde os pequenos detalhes até a visão geral. Sua relação com a música é tão pura e possui tanta integridade e conhecimento e trabalho e prática. Cada nota que ele toca nasce desse coração imenso. É tão lindo”, diz Flea.

De fato, o guitarrista é um ponto crucial para esse recomeço, e não a toa, uma nova saída dele sempre é temida, mas a banda parece não se intimidar com isso. Anthony disse que isso honestamente não é algo que passou pela sua cabeça, assim como Flea, que completou dizendo que eles estão vivendo o momento e que as coisas estão ótimas.

Já John, levou um tempo para responder a pergunta, e depois enviou um e-mail para o entrevistador com uma resposta mais ponderada: “não há como ver o futuro”, diz ele, antes de explicar que ninguém pediu garantias quando ele voltou, e acrescenta que se as coisas se tornarem “tóxicas e insalubres e não houver uma maneira concebível de resolvê-las”, ele provavelmente sairia. Mas, deixa bem claro que ama estar com seus amigos: “a beleza de tocar com essa banda é que realmente amamos ouvir um ao outro”, “eu amo ouvir o jeito que eles me fazem soar, a maneira como eu toco guitarra com eles é um estilo que não consigo tocar sozinho”, conclui Frusciante.

A todo momento, John parece tratar o novo álbum como um filho. Ele tem um orgulho imenso de ter feito o “Unlimited Love”: “a chance de fazer outro álbum como esse significou tudo para mim. Estamos apenas todos felizes por isso estar acontecendo agora. Nossos corações estão nisso, e então nos parece correto”.

Tradução: Mayara de Oliveira
Agradecimentos: PortalRHCP

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