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Entrevista com Flea para o site alemão “Stern”

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Flea conversou com o site alemão “Stern”, depois que o Red Hot Chili Peppers tocou em Cologne, na Alemanha, no dia 30 de agosto de 2011.

Confira abaixo:

“Ontem tocamos pela primeira vez o álbum inteiro. Foi emocionante. Ao vivo, e a platéia não conhecia as músicas. No começo e no final ocorreu tudo bem, mas no meio eu machuquei o meu braço..”

Machucou o braço?

Flea: Eu estava tão animado. Segurei meu baixo tão forte, e toquei tão forte, que senti cãibras no meu braço. Isso acontece as vezes.

Vale a pena notar que você ainda sente cãibras, mesmo tocando por quase 30 anos.

Flea: Fico muito animado quando tocamos. É muito, muito importante para mim. Ser do entretenimento, entreter, é uma linda e sagrada tradição que eu respeito muito. E eu quero a honra. Eu quero aproveitar o poder dos deuses e arrebentar. Quero trazer as pessoas para o rock.

Então temos que imaginar você como um Deus do trovão?

Flea: Eu gostaria disso (risos).

Você nunca teve uma ressaca? O que acha disso?

Flea: É tudo uma questão de energia. Faço o meu melhor para deixar essa energia divina fluir através de mim, para derramar tudo.

Então você é espiritual, mas sem ser cético?

Flea: Tem um caminho espiritual na minha vida, que eu sigo faz tempo. É uma parte importante de quem eu sou.

Como assim?

Flea: Não sou religioso. Mas acredito em poder divino, em algum tipo de inteligência divina. Acho que tem algo maior do que o meu corpo mortal. O corpo irá naturalmente ficar cansado. Mas se eu puder levar a energia divina para a direção certa, essa energia nunca se cansará de fluir. Enquanto eu for o seu subordinado, ela flui através de mim e deixa as pessoas felizes. Garante que as pessoas se sintam menos sozinhas no mundo.

Já que você está fazendo isso há tanto tempo: como você encara as expectativas que o público tem de você?

Flea: Música é divertida e infinita, e sempre há coisas para aprender. Para crescer. É incrivelmente interessante. O processo inteiro me fascina. O que é possível, o que posso fazer a seguir? Isso me inspira o tempo todo, e eu amo as pessoas (risos). Eu quero dar algo em troca para as pessoas. É uma certeza, quanto mais eu me abro e tento aprender sobre música, mais animado eu fico.

Você abriu uma escola de música, e até voltou a estudar. O quanto que a teoria tolera a música pop?

Flea: Só aprendi superficialmente, tipo, só o que eu queria aprender. Eu nunca tinha estudado tudo, e dependia do meu conhecimento limitado, meus sentimentos e minha intuição. Saber mais sobre mim mesmo como um músico, ajudou muito. Só fiquei um ano lá, mas me deu uma idéia, e tenho um compreendimento muito melhor. Tenho uma relação mais rápida e mais profunda com a música.

Mas o espírito do Red Hot Chili Peppers não é mais violento e intuitivo do que qualquer outra coisa? Teoria não é muito contra-produtivo?

Flea: Mas era teoria . Mesmo se não fossêmos, talvez a teoria fosse precisa, e como fazemos realmente. Assim como aprendemos mais sobre isso quando John se juntou a nós. Ele sabia muito sobre teoria, ele estudou seriamente na universidade. Pra mim, era uma grande inspiração.

Falando sobre aprendizagem, o que você aprendeu com Chet Baker? (trompetista de jazz)

Flea: Quando entrei para o filme “Let’s Get Lost”, eu estava no estúdio onde Chet Baker estava tocando e gravando, e fiquei observando ele. Eles tocaram lindamente, poderosamente, músicas poderosas. Mas Chet Baker era tão frágil e delicado enquanto cantava, e do jeito que tocava trompete. Ele usava tão pouca energia física, e mesmo assim tinha algo poderoso, que criava algo poderoso. Sem soar alto ou se esforçar excessivamente fisicamente.

O que você aprendeu com sua mãe?

Flea: Essa é uma pergunta difícil. Não tive uma relação muito próxima com ela, mesmo quando era criança. É por isso que estou procurando outro lugar para essa fonte de energia em minha vida. Pelo outro lado, também aprendi a independência emocional. Mas o que aprendi com minha mãe definitivamente foi a ser um ser humano atencioso e decente.

E o que você aprendeu com Anthony Kiedis?

Flea: Um milhão de coisas. Mas tem uma coisa que lembro, porque foi muito importante: Tínhamos uns 15 anos e saímos para encontrar garotas. Você sabe. Comprei roupas novas e achei que seria bem legal. Anthony e eu sempre nos perguntamos: “Hey, não pareço legal?”. E ele respondia: “Sim, isso é bem legal mas parece algo que você usaria. E você é uma pessoa única, você deveria ser do seu jeito”. Foi uma coisa bem impressionante de se ouvir aos 15 anos, vindo de outra pessoa de 15 anos. Isso me afetou. Não só com roupas, mas em todos os sentidos, fora do que é considerado normal.

Você poderia ser um músico sem o Anthony Kiedis?

Flea: Eu acho que sim. E tenho uma rica vida musical sem ele. Mas claro, nossa amizade é algo mágico, e ele tem muita influência sobre quem sou como um músico. Não consigo imaginar como seria a vida sem ele, ou sem música.

Créditos: Stern.de
Agradecimentos: RHCP ARE GODS pela transcrição
Tradução: Amanda Olivieri

 

 

 

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