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John Frusciante lança novo álbum e diz: “Voltar ao RHCP é como estar em família”

Direto da sua casa em Los Angeles, John Frusciante deu uma entrevista para o programa Arvos da rádio australiana Double J onde falou com o apresentador Tim Shiel sobre música eletrônica, influências e RHCP. Lembrou de uma vez que esteve na Australia com o Red Hot no festival Big Out Day e tocaram com o Nine Inch Nails, com quem ele fez amizade com os integrantes Danne Lohner e Charlie Clouser que o ajudaram a começar a entender melhor como tocar música eletrônica e mexer no sintetizador.

Sobre a música eletrônica na sua vida, John contou que quando estavam fazendo o Californication o estilo já o inspirava bastante, mas não conseguia ouvir tanto porque tinha que ensaiar e gravar o álbum todos os dias. Começava o dia ouvindo coisas como Depeche Mode, mas para se inspirar como guitarrista, gostava de tocar algo com “guitarras coloridas” como Joy Division, Bow Wow Wow, Fugazi e Yardbirds. Falou ainda que quando saiu das drogas (antes da sua segunda passagem pelo RHCP), se tornou outra pessoa e começou um novo relacionamento com o mundo e foi quando a música eletrônica chamou sua atenção. No ano de 2008 ele fez amizades com pessoas que faziam festas em casa que mostraram bandas que o influenciaram a partir de então e começou a seguir uma carreira criando músicas eletrônicas.

Lembrou ainda da época de fã do RHCP: “Quando eu ia assistir os Chili Peppers antes de entrar na banda, os via como uma música rápida, intensa e punk com músicas como Skinny Sweet Man, BlackEyd Bond e Police Helicopter. Tinham músicas funks, mas num estilo punk e eu curtia muito. Isso também aconteceu comigo com o estilo Hardcore Jungle e Breakbeat que eu conheci, que era um jeito punk de tocar, mas no caso como um tipo de baterista”.

Hoje ele lançou um novo álbum solo intitulado “Maya”. O nome e o trabalho é um tributo a sua gata que faleceu há alguns meses. Ele falou sobre o novo trabalho: “Nas composições do Stadium Arcadium foi quando começou minha relação musical com a minha gata. Ela sempre estava presente e me acompanhou em várias composições, sempre quando eu estava tocando guitarra e compondo. Ela amava música. Me fazia companhia e ficava deitada na minha barriga enquanto tocava. Quis homenageá-la dessa forma”.

“E até tenho misturado música eletrônica com rock, mas não é o que quero fazer nos Chili Peppers.”

Frusciante também falou sobre o novo álbum que está preparando com o RHCP e como tem sido essa volta: “Estávamos ensaiando há alguns meses e então começou a quarentena e aí paramos por alguns meses, mas depois voltamos. Todos estão tomando cuidado e acreditamos uns nos outros, então estamos gravando novas músicas.”

Quando questionado pelo entrevistador se o álbum novo terá influência de música eletrônica, John falou o seguinte: “Eu poderia fazer isso, mas essa não é a ideia. Isso é o que faço quando estou sozinho. E até tenho misturado música eletrônica com rock, mas não é o que quero fazer nos Chili Peppers. O que eu curto quando eu comecei a tocar com eles, e acho que assim até hoje, é ver o que consigo fazer com uma guitarra. Porque nos últimos 12 anos eu praticamente tenho tocado guitarra apenas pra praticar, como treino mesmo e não tem uma parte muito importante na música que eu faço sozinho. E tem muitas coisas diferentes que você pode fazer com uma Stratocaster. Em outros álbuns, eu fiz várias coisas com várias guitarras, mas agora tudo que eu tenho feito no estúdio eu estou usando apenas uma guitarra e estou tentando fazer soá-la de maneiras diferentes. É um desafio musical. E eu estou envolvido com bateria de uma forma diferente do que eu estava antes. Chad e eu estamos tendo uma interação diferente do que tínhamos por que antes eu não conhecia nada de partitura de bateria, por exemplo. Eu agora eu sou um baterista do meu modo, porque crio batidas em drumachines. Mas não estou tentando fazer Drum & Bass/Pop Music.”


É como retornar à família.

Sobre a volta ao RHCP: “É como retornar à família. Eu fico totalmente confortável com essas pessoas. Parece que o tempo não passou quando a gente começa a tocar. Tem algumas coisas diferentes de como está a minha comunicação musical com o Chad de certa forma, mas estamos ainda mais confortáveis uns com os outros. Eu entrei na banda quando tinha 18 anos e então ainda não era um adulto. Me tornei adulto enquanto estava na banda. Aprendi a ser um adulto com o Flea e o Anthony e não sei se isso foi bom ou ruim (risos). Mas foi o que aconteceu. Eu tive partes da minha vida dentro da banda e também fora dela. É o que precisava para não me tornar algo que eu não queria, que é ficar repetindo a mesma coisa e ficar muito confortável com essa mentalidade e vida de rockstar. Tem coisas que você tem que lutar contra, como por exemplo o ego. Por um lado você quer ser admirado, as pessoas te colocam num pedestal e dizem que te amam, mas por outro lado você tem que prestar atenção no ego porque você começa a se achar superior e melhor que as pessoas. Eu ficava julgando isso e achei um empecilho. Olhando agora com calma depois de todo esse tempo que passou, eu percebi que o Anthony, Flea e Chad são pessoas ótimas para estar em uma banda. Eu conheço outros músicos e já vi o quanto pode ser ruim ter esse ego. E tem roqueiros conseguem manter os pés no chão. Eu tenho sorte de estar com essas pessoas e ter uma boa conexão com elas. E não quero tocar guitarra com nenhuma outra banda que não essa. E ainda bem que a química e a diversão ainda existem, gostamos da companhia um do outro”.

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