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Flea conversa com Starchild Jr, a criança que cantou em The Brothers Cup

Flea durante entrevista com Starchild – Foto: reprodução/youtube

Durante a entrevista super descontraída, o baixista lembrou das gravações do álbum “Freaky Styley”, os filmes que participou e comentou sobre a situação atual no mundo

Neste último sábado, 04/06, Flea concedeu uma entrevista para Garrett Shider mais como conhecido como Starchild Jr. Ele abre a entrevista relembrando que foi a criança que canta na música “The Brothers Cup” do álbum Freaky Styley (1985) produzido por George Clinton do Funkadelic onde seu pai Garry Shider também tocava.

“Quando você fala sobre esse disco, me leva de volta para aqueles tempos. Essa gravação foi uma das primeiras para nós também, apesar de ser o nosso segundo álbum, mas eu não tinha estado muito em um estúdio até aquele ponto da minha vida. Eu fui desenraizado de tudo que nós conhecíamos. Eu era apenas um garoto punk das ruas de Hollywood e aqui estávamos nós com o Dr. Funkstein em Detroit na United Sound, curtindo com Garry Shider, George Clinton e Michael Andre Foxx, todos os caras do funk. Eu estava tão feliz em ser recebido bem e com amor pela comunidade. Foi algo incrível! Isso traz muitas memórias e sentimentos e algo muito emocional para mim” afirma Flea. O baixista completa,mais uma vez, depois de todos esses anos, muito obrigada pela sua ótima performance em Brothers Cup”.

Flea reflete sobre a experiência e diz que foi bastante transformador estar rodeado de pessoas que fizeram tantos discos clássicos naquele estúdio e de repente os Chili Peppers estarem lá. Ele também comenta sobre o filme “Tough Guys” onde tem participação dele e de Anthony, o filme aconteceu antes deles gravarem “Freaky Styley”.

Em seguida, Garrett conversa com Flea sobre a sua autobiografia “Acid For The Children” e comenta que ele encontrou muitas coisas em comum como ser introduzido na música bem jovem.

“Eu lembro de quando gravávamos Freaky Styley, eu já sabia que o seu pai era guitarrista e cantor. Me recordo de chegar cedo no estúdio um dia e ver o seu pai no piano. Eu sentei silenciosamente enquanto o escutava tocar, era lindo e cheio de sentimento e aquela música foi importante, pois estava passando por um período difícil”, diz Flea.

Então, Flea relata sobre o amor dele por trompete que começou muito mais cedo do que o baixo. Ele disse que antes, não entendia nada de rock’n’roll e que não era interessado, muito devido a influência do padastro (Walter) que era músico de jazz. Ele diz que, quando criança, só queria tocar trompete. Alguns dos ídolos dele eram Dizzy  Gillespie, Miles Davis, Kenny Durham. Isso até iniciar o ensino médio e conhecer Hillel Slovak que o introduziu ao baixo.

Flea já participou de diversos filmes e comenta que quando começou a levar a sério foi no momento que atuar se tornou significativo, mas não divertido. Ele entrou tão profundamente em alguns personagens foram dolorosos para ele no sentido que davam gatilho. O filme “Lowdown” foi um exemplo. Nele, o baixista interpretou o pianista Joel Albany, um viciado em heroína que mora com a filha em uma região pobre de Hollywood.

A conversa segue em tom de cinema. Starchild e Flea falam a respeito dos filmes que o baixista do Red Hot Chili Peppers já participou.

“De Volta Para o Futuro (Parte II)”, eu participei das filmagens de De Volta Para o Futuro Parte II e Parte III ao mesmo tempo. Me recordo que estava em turnê com os Chili Peppers e me chamaram para o filme. Estávamos bem no meio da turnê, fazendo cerca de  46 shows em 47 dias. Voei para casa para atuar nesse filme de grande orçamento e estava muito animado por fazer parte dele, mas não posso dizer que fiz um bom trabalho ou que dei tudo que podia; porém, não foi tão emocional para mim quanto em outros filmes. Eu não participei tanto para me conectar quanto em outros filmes nos quais eu me encantei por todos. Mas, sou realmente grato por me fazer parte dele”, afirma Flea.

“Baby Driver” foi muito legal e apesar de ter sido um papel pequeno, esse é um filme no qual eu interpretei um ladrão de banco. O que eu mais gostei nesse filme é que foi baseado em torno da música. O protagonista do filme nunca conversa e ele está sempre escutando música e a trilha sonora do filme é muito boa. O diretor pegou todas as músicas e construiu o filme ao redor delas. Levei muito a sério, eu realmente queria habitar o espaço de alguém que acabaria se tornando um ladrão de bancos e descobrir aquela loucura. Me senti muito bem, mas foi difícil porque eu estava bastante gripado quando gravamos.

Em “My Own Private Idaho”, Flea diz ter sido um filme bastante significativo para ele. Ele conheceu o diretor e criador do filme Gus Van Sant em uma audição para um outro filme, “Drugstore Cowboy”. Depois da equipe avaliar mais todos os candidatos, Flea e mais um outro ator foram selecionados. Gus disse que o outro ator era mais certo para o papel, mas que tinha sido muito legal conhece-lo e que o chamaria para um próximo filme e então em “My OwnPrivate Idaho” veio a oportunidade. Ele comenta, “Foi uma experiência muito boa. Fiz muitos amigos. O filme era sobre assaltantes nas ruas de Portland. Eu era um garoto de rua. Eu conhecia essa vida. Não matava pessoas por dinheiro como os desse filme. Uma coisa bonita foi que conheci River Phoenix e nos tornamos muito próximos. Ele provavelmente é a pessoa mais gentil que eu já conheci na minha vida”.

Revelou que River era um grande guitarrista e cantor, com um estilo realmente peculiar. Ele e a irmã Rain Phoenix tinham uma banda chamada Aleka’s Attic. Ela deve lançar algum material deles com River tocando guitarra e cantando e Flea gravou baixo em algumas músicas.

Na sequência eles conservaram sobre o filme “Queen and Slim” que trouxe uma feliz coincidência e exemplo de sinergia para Flea. Melina Matsoukas, diretora do filme, é melhor amiga de Melody Ehsani, atual esposa do Flea. Ele complementa que significou muito estar de um filme com um roteiro tão importante.

Já no final da entrevista, eles discutem sobre a situação atual no mundo com a pandemia de Covid-19 e protestos civis. “Nossas histórias são tudo. Não importa a forma de arte usada expressa-las. Ás vezes você expressa a sua história em uma conversa com um garçom. Mas, ao compartilhar as nossas histórias é nossa esperança em ter obtido sucesso como seres humanos. Devemos conhecer uns aos outros, nos conectar e construir pontes de amor.”

Assista a entrevista na íntrega:

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